terça-feira, 22 de janeiro de 2013

FAZER BEM, NÃO OLHAR A QUEM

Prezadso leitores:
Depois de me ter radicado nos EUA após cerca de 15 anos na Guiné-Bissau, ex-colónia portuguesa, recordo que, nalgumas visitas á minha aldeia, em conversa com uma irmã minha, mencionei que iria tentar escrever um livro sobre "tudo…e sobre nada em especial", tão vaga era ainda a minha ideia do que seria.
 
Era só aquela coisa estranha que sentia dentro de mim, que me asfixiava cada dia, fazendo-me lembrar certas ocasiões em que, conduzindo um carro me encontreiperdido no meio de tudo mas, por desconhecer onde, para mim era no meio de nada, porque mesmo que quisesse dizer, não sabia.
 
Foi então que a minha irmã me disse que tinha uma amiga lá na aldeia que já tinha escrito algo sobre poesia. Perguntei quem era e lá me disse quem era. Afinal até conhecia porque, como é normal, numa aldeia pequena, quase que se conhece toda a gente. Boa e respeitável pessoa que, na ocasião, não posso precisar se já era casada ou não e, hoje com antes, respeitável senhora.
 
Ali, na ocasião, formou-se-me uma ideia na cabeça de querer ajudar na divulgação do livro ou livros e, como me encontrava nos EUA, pensei em contactar algumas pessoas que conhecia ao serviço do jornal de maior tiragem em língua portuguesa nos EUA, perguntei – não sei bem se á própria senhora…se á minha irmã para que lhe perguntasse a ela.
 
O certo é que acabei por trazer 2 livros (se não estou em erro) para os EUA. Ao chegar, enviei-os para o Jornal, na intenção de os avaliarem para efeitos de divulgação. Não posso dizer certamente o que aconteceu porque isto já foi há muito tempo mas tenho uma vaga ideia de me terem informado que não tinham interesse na divulgação. Nada podendo mais fazer, e como não ia a Portugal assiduamente, o tempo foi passando e entrou no esquecimento.
 
Não tinha contacto qualquer com a referida senhora e, como tal, desleixei-me em informar o resultado. Mas, convém frisar que o meu gesto foi livre de qualquer interesse monetário. A ideia seria… se o jornal tivesse interesse, eu comunicava o "modus-operandi" referida senhora, para que analisasse as condições, afim de tomar uma decisão, concordando ou discordando.
 
Obviamente tal não chegou a suceder. Recentemente, mais propriamente dito… no princípio do ano passado (2012), perante a perspectiva de poder lançar um livro meu – conforme muitos dos leitores já devem ter tomado conhecimento – contactei elementos da Liga dos Amigos da minha Aldeia – Alcaide – no intuito de receber uma cooperação de interesse mútuo – para a divulgação do mesmo meu livro. A ideia seria eu doar um determinado "xis" por cada livro vendido através da promoção que acaso a LAA viesse a fazer.
 
Para o efeito, apresentei vários cartazes de propaganda – coisa mais que normal creio eu – propondo a divulgação. Isto significava que, quanto mais e melhor fosse divulgado mais seria a perspectiva de possíveis compradores e, como tal, maior seria a minha "doação" para a LAA. Não vi e nem vejo nada de mal e de extraordinário nesta proposta, honesta em todos os sentidos. De facto, acabou por se realizar algo (que não vou a fazer comentário algum aqui, por já me ter referido ao assunto anteriormente) e, tal como combinado, contribui o prometido.
 
Não foi mais, porque as vendas foram mínimas. Acontece que, a um certo ponto dos meus contactos com os membros da LIGA, notei que um jovem da aldeia – filho da dita senhora - a noticiar também a existência dos livros da mãe, fazendo referência a vários já editados. Procurei encontrar os títulos dos livros através da "internet" e, como não encontrei, entrei em contacto para tentar saber em que ponto se encontrava a publicação através de uma editora, dos exemplares da referida senhora. Inclusiva, fiz sugestões de ajuda se fosse necessário, para que os mesmos fossem postos no mercado a nível nacional, já que desconhecia e desconheço se tal era ou é o caso.
 
Repito: A minha ideia foi somente para tentar ajudar – se fosse necessário, uma vez que estava de boas relações com a minha editora o que, por vezes, ajuda muito para uma decisão porque, como é bem sabido, nem sempre os trabalhos escritos de "um desconhecido ou desconhecida" são aceites pelas editoras…quantas vezes controladas por grupos de interesses variados – alguns políticos outros religiosos e, outros, de pura demagogia hipócrita.
 
Acontece que, na ocasião, não notei nenhuma animosidade do referido jovem, filho da respeitável senhora mas, perante o mutismo do mesmo para com a minha proposta, bem como a "esquiva" de me informar onde poderia encontrar os exemplares do livro, comecei a pensar que, por detrás de tal atitude de mutismo, pudesse existir algo escondido que eu desconhecesse.
 
De repente, perante mais umas mensagens no Facebook do mesmo sobre os livros da mãe eu, aproveitando o "elo" das mensagens em questão, congratulei e desejei sorte á dita senhora e, ao mesmo tempo, mencionei algo sobre um evento do meu livro. Foi aí que notei abertamente uma atitude pouco correcta do referido jovem, demonstrando animosidade para comigo, cujos motivos ainda estou para saber mas que, pelo vistos, tudo tem a ver com o facto de eu ter tido a oportunidade de ter êxito no lançamento do meu livro.
 
Na ocasião, não querendo entrar em "polémicas" não mencionei nada mas, pensei para comigo que ali "havia gato". Animosidade injustificada quando, na verdade, como alcaidense só deveria de ficar orgulhoso por um "zé ninguém" como eu, ter tido a oportunidade que tive… tal como eu me senti orgulhoso quando apresentei os livros (ou livro) da mãe dele ao jornal que refiro acima, mencionando que, a autora, era uma conterrânea minha. Agora, o referido jovem até poderá ser boa pessoa – o que não duvido nem um segundo, se sair á família cujo conceito que tenho por todos está ao mais alto nível.
 
Só não entendo a atitude dele.
 
Gostava que que me explicasse o motivo da sua animosidade e, se for o que acabo de referir, espero que raciocine melhor e que dissipe qualquer "mal-entendido" que, a existir na mente dele, será e foi só isso mesmo. Um "mal-entendido", quiçá porque, por vezes o que se escreve, pode ser interpretado de várias formas. Aqui, só posso concluir que assim foi. Algo o levou a "mal-interpretar" qualquer coisa que eu tenha escrito ou, então, alguém "o picou", fazendo referência aos livros da mãe de forma depreciativa. Eu não fiz isso.
 
Qualquer comentário feito foi somente para tentar ajudar se acaso a minha ajuda fosse do interesse dele. Se assim foi, será um lapso de julgamento de uma pessoa que não conhece na verdade. Se não for isso, não sei o que será. Só ele poderá dizer. Já o convidei para dizer publicamente mas não se predispôs a fazê-lo.
 
A um certo ponto do d~´alogo no FB, recordo ter feito alguns comentários sobre… se o livro já tinha sido "editado" por uma editora porque, há uma grande diferença entre "se publicar" e editar "debaixo" de certos parâmetros legais para protecção do autor ou autora, tal como o registo oficial do título e do conteúdo do livro, afim de se evitar "roubo" de direitos de autor.
 
Com isto, creio eu só estava a alertar e a disponibilizar-me para dar informação sobre como e onde o fazer. No meu caso, se tivesse encontrado alguém a querer ajudar-me, até agradecia o gesto. Mas, aqui, em contrapartida, não só não houve qualquer gesto de agradecimento como "o meu gesto de querer ajudar" parece ter sido mal interpretado.
 
Claro, isto se este for o motivo que levou o referido jovem a tomar a atitude que tomou.
 
Finalmente, peço ao referido jovem que pense duas vezes se realmente tem algum motivo para a atitude tomada. Que procure conhecer-me pessoalmente para ver que tipo de pessoa sou. Vai ver que está equivocado e, como pessoa civilizada que considero que seja – tal como eu - podermos dissipar esta má impressão porque… a haver algo, será de certeza somente uma equivocação de interpretação de palavras. Desejo muito sucesso á senhora mãe do mesmo, muita saúde para ambos e boa sorte onde quer que se encontrem.
 
Agora…perguntar-me-ão alguns dos leitores que se deram conta do sucedido, o que é que isto tem a ver com o assunto. Pois…tem a ver com os princípios do respeito que sempre me guiou e guiará. Quem conhece a minha família saberá avaliar melhor que eu, o tipo de família que somos. Eu talvez mais rebelde que os outros mas todos muitos respeitadores.
 
No meu caso, pelas passadas que já dei na vida, talvez mais precavido devido ás oportunidades que tive, lidando com toda a espécie de gente, em várias partes do mundo. Várias culturas, vários idiomas
que, de um certo modo, requer ter "estôfo cultural" para saber interpretar o próximo, sem abdicar dos seus (meus) próprios principios. Tem que se ter em conta que, o que numa cultura é visto de uma forma, noutra poderá ser mal interpretado.

Frases e atitudes, têm que ser muito bem moderadas, para que "não sejam mal interpretadas" pelos outros. Sempre com muito respeitinho por tudo e todos mas, como medo de nada nem de ninguém!  
  
Peço sinceras desculpas aos leitores que, entretanto acompanharam por ricochete, os argumentos do diálogo entre mim e o respectivo "jovem", filho da referida respeitável senhora. Lamento que tal tivesse sucedido mas, como não fui eu que começou o"argumento" e como nunca virei a cara a fosse o que fosse - principalmente quando sinto que a razão está do meu lado, não tive outro remédio do que reagir e, que eu saiba, não usei "descritivos ofencivos" sobre o sujeito...ao contrário dele. É tudo neste tema.
 
Abraço a todos.   

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